O Núcleo de Gênero do Ministério Público da Paraíba (MPPB) fez uma visita, na manhã desta quinta-feira (12), à garagem da empresa de transporte coletivo ‘Transnacional’, em João Pessoa, para verificar o resultado da parceria celebrada entre a instituição e o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros no Município de João Pessoa (Sintur), para a campanha ‘Nenhuma a menos, Paraíba!’, que foi lançada no último dia 23 de agosto, em parceria com a Câmara Municipal de João Pessoa, para sensibilizar a população sobre a importância da prevenção e do combate ao feminicídio no Estado. Além do município de João Pessoa, ônibus urbanos com peças da campanha também vão circular, em setembro e outubro, em bairros da região metropolitana, como Conde, Cabedelo, Bayeux e Santa Rita.

A visita foi feita pela promotora de Justiça Caroline Freire, que integra o Núcleo de Gênero. Ela falou sobre a satisfação de ver os ônibus adesivados com peças da campanha. “É uma realização ver materializado em busdoor um sonho, um trabalho, tudo o que o Núcleo de Gênero pensou para que a população consiga entender a importância e o impacto dos números que recebemos da Secretaria de Segurança Pública sobre a violência contra a mulher. Quando recebemos esses números, vimos a necessidade de tentar reduzir esses números. Queremos que cada pessoa que visualize esse busdoor se sinta parte da campanha. Cada pessoa atingida, cada pessoa que sentir que pode fazer a diferença, que disser que não aceita essa violência e que denunciar para ajudar a mãe, a filha, uma vizinha ou até a si própria, já vai ter valido a pena”, disse.

- Publicidade -

A parceria com o Sintur foi viabilizada através da celebração de um termo de cooperação técnica, em que o sindicato se comprometeu a adesivar 20 ônibus urbanos com peças da campanha. Dez veículos foram adesivados e começaram a rodar desde a última sexta-feira (6); os demais começaram a rodar esta semana. Os ônibus são do sistema municipal e também metropolitano das empresas Transnacional, Reunidas, Santa Maria e Marcos da Silva, que fazem diversas linhas e devem percorrer os bairros mais populosos de João Pessoa e bairros dos municípios do Conde, Santa Rita, Bayeux e Cabedelo. “É exatamente pela importância do tema, que é algo recorrente em nossa sociedade que, enquanto agente social que tem a consciência de sua responsabilidade social e de que podemos colaborar, que o Sintur se engajou nessa campanha para dar mais visibilidade ao tema. O Ministério Público foi muito feliz quando ilustrou nas peças da campanha dados reais sobre a violência contra a mulher. Com os busdoor, as mensagens terão um alcance e vão impactar milhares de pessoas diariamente e temos certeza de que elas vão gerar discussões e reflexões sobre esse problema”, disse o diretor-institucional do Sintur, Isaac Moreira.

Além do Sintur, também se engajaram na campanha as empresas públicas PB Gás e Cagepa e a empresa privada Energisa. Elas celebraram termo de cooperação técnica com o MPPB, comprometendo-se a imprimir em suas faturas mensagens sobre a violência doméstica e alertas de que feminicídio é crime, bem como os canais que a população pode usar para denunciar os casos, a exemplo dos disque-denúncias 123, 190 e 197.

A campanha

O ‘Nenhuma a menos, Paraíba’  foi lançado no mês passado, em função do ‘Agosto Lilás’ e também os 13 anos da Lei Maria da Penha, um importante marco jurídico no enfrentamento da violência de gênero no País.

A campanha lançada em João Pessoa, em São Bento e em Campina Grande é inspirada no movimento #NiUnaMenos (iniciado nas redes sociais, por mulheres argentinas, em 2015, em protesto contra a violência machista) e visa conscientizar as pessoas sobre a violência contra a mulher e a importância da aplicação da Lei 13.104, de 2015, que alterou o Código Penal brasileiro para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, aumentando a pena. Essa lei também incluiu o feminicídio no rol de crimes hediondos. Na Paraíba, medidas nesse sentido já vêm sendo adotadas por órgãos governamentais e instituições que integram o sistema de Justiça, a exemplo, da elaboração do protocolo para investigar, processar e julgar crimes de feminicídio no Estado.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui