A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio do Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (NDants), promoveu, na manhã desta quinta-feira (15), no Dia Estadual de Combate ao Tabagismo, atividades com alunos da área de saúde da Faculdade Maurício de Nassau, na capital. Às 10h, a médica e doutora em pneumologia Maria Alenita Oliveira proferiu palestra com o tema: O consumo do cigarro entre os jovens e suas consequências.

Durante o encontro, a professora Alenita mencionou que o tabagismo é uma doença de dependência da nicotina. “O cigarro tem 4720 substâncias e, por isso, traz conseqüências imediatas (como disfunção erétil com efeito cumulativo) e tardias – vários tipos de câncer, enfisema pulmonar, reduz a fertilidade em homens e mulheres, envelhecimento da pele, gengivite, mau hálito, bronquite crônica e muitas outras”, explicou ela.

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Cerca de 80% dos casos de câncer de pulmão estão relacionados ao tabagismo, em 89% dos casos de câncer de laringe e 69% dos casos de câncer de boca têm a mesma relação. “É preciso fazer o alerta à população, lembrando que a abstinência não é um período fácil, pois, causa ansiedade, dificuldade de concentração, irritabilidade, dores de cabeça e outros sintomas. Justamente por isso, procurar ajuda profissional é muito importante”, disse Alenita.

Além da palestra, estavam também na programação testes como o Peak flow (eficácia da função pulmonar) e o Fargerstrom (mede o grau de dependência de nicotina) e, ainda, orientações sobre o tratamento do tabagismo ofertado pelo SUS.

“Ficamos felizes com a receptividade dos estudantes. Eles tiraram muitas dúvidas, relataram experiências na família e com os amigos. Lembramos, especialmente para este público, que a sensação de prazer que o cigarro traz é momentânea, já as más consequências podem ser permanentes e irreversíveis.”, pontuou a coordenadora do Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da Ses, Gerlane Carvalho.

Raul Felipe de Medeiros tem 26 anos, é estudante, e há oito anos fuma com frequência. O contato com a equipe da SES o estimulou a parar de usar o cigarro. “Não tenho nenhum exemplo de fumante na família, mas confesso que as amizades me influenciaram a começar a fumar”, comentou.

O evento é uma realização da SES em parceria com a Faculdade Maurício de Nassau e com o Comitê do Tabagismo (Associação Médica, Agevisa, Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa, Programa Saúde na Escola Estadual e Municipal, Liga Acadêmica de Pneumologia e Planos de Saúde).

Tratamento – Na Paraíba, existem 152 municípios com adesão ao Programa Nacional de Combate ao Tabagismo, no qual se pode buscar apoio para se livrar do vício provocado pela nicotina. O serviço é oferecido em Unidades de Saúde da Família (USF); Centros de Atenção Psicossocial (Caps); Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais); e Centros de Saúde. Em alguns casos, os pacientes abandonam o cigarro com menos de um mês de acompanhamento.

“Em muitos casos, o uso de medicamentos é indicado, mas a mudança de comportamento é o principal fator a se observar. Levar uma rotina saudável, com alimentação balanceada e prática de exercícios físicos, além de trocar experiências com profissionais capacitados e outros pacientes ajuda muito”, ressaltou Gerlane Carvalho.

Dados – De acordo com a base de cálculo do Ministério da Saúde, estima-se que em 2018 11,5% da população da Paraíba é tabagista. São 462.939 fumantes em todo o estado.

Quanto aos óbitos por câncer de pulmão, a maioria provocada pelo cigarro, em 2018, já foram registrados 35 no estado; ano passado (2017), foram 427 óbitos no estado. Já em 2016, foram 405 mortes, no estado; em 2015, por sua vez, foram 425 mortes por câncer de pulmão na Paraíba.

 

Secom-PB

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