“Qualquer pessoa que diga eu queria morrer, que gostaria não acordar mais, gostaria de desaparecer, qualquer tentativa deve ser vista com muito cuidado”. Esse alerta foi feito pelo médico psiquiatra, Alfredo Minervino, que ministrou a palestra “Suicídio, o que fazer quando estamos diante de alguém em risco”. O evento faz parte da programação do Setembro Amarelo, movimento dedicado a ações de prevenção ao suicídio.

O psiquiatra afirmou que o suicídio é o desfecho de uma série de fatores que se acumulam na vida do indivíduo. Entre os fatores de risco estão tentativas anteriores, doença metal, desespero, idade e gênero, eventos traumáticos e história familiar. Ele ressaltou ainda a importância da campanha do Setembro Amarelo, que é a maior do mundo.

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Ainda de acordo com Alfredo Minervino, ao se identificar potencial risco, deve-se ouvir a pessoa com respeito e silêncio, identificar tratamentos e investigar planos e motivações. O palestrante ainda falou sobre os fatores protecionais como a família, o emprego, a situação social e a religiosidade e da necessidade de uma rede de saúde bem integrada que faça a prevenção.

O psiquiatra também citou que, somente no primeiro semestre deste ano, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de João Pessoa atenderam 199 casos de tentativa de suicídio, número maior que o registrado em todo o ano passado, quando houve 124 atendimentos.

Grupo de Trabalho

A palestra fez parte do conjunto de ações pensadas pelo grupo de trabalho criado para discutir a prevenção, a assistência a vítimas de lesões autoprovocadas e a posvenção ao suicídio. O GT foi iniciado pela promotora de Justiça da Saúde, Jovana Tabosa, e incorporado ao Núcleo de Políticas Públicas, criado no âmbito do MPPB.

Participaram da mesa de abertura a promotora Jovana Tabosa, o procurador da República José Guilherme Ferraz; a secretária adjunta de Saúde do Município, Ana Giovanna Medeiros, e a representante do Centro de Valorização da Vida (CVV), Mônica Borges.

A promotora Jovana Tabosa destacou o trabalho de um ano realizado pelo GT de Prevenção ao Suicídio, em especial a Nota Técnica com orientação para a rede de saúde, resultado do trabalho conjunto de todos os atores. “Continuemos com essa interlocução interinstitucional, que já se mostrou muito exitosa. Por fim, viver por uma causa dá sentido à vida”, declarou.

O procurador José Guilherme Ferraz afirmou que a iniciativa da palestra representa um momento de aprendizado especial. “Nós que trabalhamos com a lei não temos conhecimento para ver a realidade que está diante da lei. Eventos como este servem para essa compreensão profissional, para que saibamos quais as necessidades que se impõem e como possamos agir adequadamente”, disse.

Ascom-MPPB

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