Em análise na Folha de S.Paulo, o jornalista Ranier Bragon disse que as mensagens expostas pelo jornal “escancaram” o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, como “investigador, acusador e julgador”. O texto foi publicado nesta terça-feira (13).

– Na prática, as supostas ameaças eram farejadas pelo próprio magistrado. Fora dos autos, ordenava secreta e informalmente a produção de relatórios. Horas depois, tomava, aí sim nos autos, as medidas restritivas baseadas nos mesmos relatórios que havia encomendado – apontou o jornalista.

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Bragon refutou ainda uma das decisões, na qual Moraes apontou que se tratava de “um ofício encaminhado pela Assessoria Especial de Desinformação Núcleo de Inteligência do Tribunal Superior Eleitoral”.

– As mensagens reveladas por Fabio Serapião e Glenn Greenwald, porém, mostram que se tratava de outra coisa. É como se Moraes escrevesse: baseado nas evidências colhidas por mim mesmo e por mim mesmo já recriminadas de imediato, decido. As mensagens trocadas entre seus assessores no STF (Supremo Tribunal Federal) e no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) escancaram o Moraes investigador, acusador e juiz ao mesmo tempo — figurino que representa uma evolução ao que já lhe era atribuído no polêmico inquérito das fake news. Rios e oceanos de palavras jurídicas e leigas serão gastas para avaliar a legalidade ou não dessas atitudes. A necessidade ou não, a eficácia ou não. Uma coisa é inegável: os próprios autores do modelo sabiam que estavam sapateando sobre as regras. Fosse diferente, tudo seria feito às claras, como todas as coisas corretas são feitas – disse.

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