O português Paulo Sousa, 51, e o uruguaio Alexander Medina, 43, já se apresentaram aos seus novos comandados e deram início à pré-temporada no Flamengo e no Internacional, respectivamente. Antonio “Turco” Mohamed, argentino de 51 anos, foi anunciado na última quinta-feira (13) pelo Atlético-MG e em breve começará a trabalhar com a equipe mineira.
Nunca neste século uma temporada do futebol nacional havia se iniciado com seis comandantes de fora do país na elite. Tanto em 2021 como em 2020, que detinham o recorde até então, quatro clubes tinham começado o ano com nomes não brasileiros.
Jorge Jesus, um dos responsáveis por essa busca de treinadores de outros países, em razão de seu sucesso à frente do Flamengo em 2019, foi considerado pelo próprio clube carioca como uma opção para assumir o time após a saída de Renato Gaúcho. Seu compatriota Paulo Sousa acabou ficando com o cargo.
Demitido do Benfica, Jesus também foi desejado pelo Atlético-MG, outro negócio que não se concretizou.
Os títulos do português pelo Flamengo há dois anos intensificaram a procura dos rivais por suas versões particulares (e raras) de estrangeiro que chega, logo se adapta e vence. Na temporada 2020, no ano seguinte às conquistas de Jesus na Libertadores e no Brasileiro, dez técnicos de fora desembarcaram em clubes da primeira divisão.
No ano passado, o número foi menor, mas a busca continuou grande: nove treinadores comandaram equipes da Série A.
Entretanto, apesar da aposta constante em forasteiros, vale para esses profissionais a mesma lei da curta duração que aflige muitos técnicos brasileiros.
Dos nove que passaram por clubes da elite em 2021, apenas Abel Ferreira, Juan Pablo Vojvoda e Gustavo Florentín viraram o ano empregados.
Os argentinos Ariel Holan e Diego Dabove se despediram com dois meses de trabalho. O espanhol Miguel Ángel Ramírez, que começou o ano no Internacional, foi embora depois de três meses.
Nem mesmo um título conseguiu manter Hernán Crespo por uma temporada inteira no São Paulo. Campeão paulista, erguendo troféu que tirou o clube do Morumbi de uma fila de nove anos, o argentino não resistiu à instabilidade da equipe no Brasileiro e foi demitido.
Há mais de um ano no comando de suas equipes, Abel Ferreira e Gustavo Morínigo são exceções. Ambos amparados, é claro, pelos resultados, mas também pela manutenção do trabalho em meio às turbulências.
O palmeirense chegou ao país em outubro de 2020 e em pouco mais de três meses já havia conquistado os títulos da Copa Libertadores e da Copa do Brasil.
Embora tenha tido um começo exitoso no Palmeiras, Abel conviveu com as críticas de partes da torcida e da imprensa ao longo da última temporada, que começou com queda na semifinal do Mundial de Clubes e derrotas na Supercopa do Brasil e na Recopa Sul-Americana. Mais adiante, ficou com o vice-campeonato paulista, perdendo a decisão para o São Paulo.
Contudo, o português manteve a equipe sempre nas primeiras colocações do Campeonato Brasileiro e, mais uma vez, levantou a taça de campeão da América. O torcedor palmeirense, que comemorou o Natal de 2020 com apenas um título continental, celebrou a ceia natalina em 2021 como tricampeão.
Gustavo Morínigo precisou enfrentar um processo muito mais problemático do que o encarado pelo colega português.
Contratado em janeiro de 2021 com o Coritiba já em situação complicada na Série A, não conseguiu livrar o clube do rebaixamento. Mas a diretoria coxa-branca resolveu continuar com o paraguaio, que recolocou os paranaenses na primeira divisão.
Um caminho que poderá ser seguido por seu compatriota Gustavo Florentín, rebaixado com o Sport no último Nacional. Para 2022, o clube pernambucano decidiu apostar na continuidade do treinador, que tentará devolver os rubro-negros à elite.
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