A Fundação Casa de José Américo (FCJA) lança, nesta quarta-feira (10), mais duas linhas de pesquisas para integrar o ‘Projeto preservação da memória e difusão educativa, cultural e científica do acervo da Fundação Casa de José Américo’, uma parceria do órgão com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties-PB) e a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq-PB). A ação marca os 45 anos de criação da instituição.
Sob a coordenação-geral da professora Lúcia Guerra, gerente executiva de Documentação e Arquivo da FCJA, o projeto, que já tem nove grupos de pesquisa, passa agora a contar com 11 equipes de pesquisadores. Os dois novos temas a serem trabalhados são ‘Entre termos e conceitos: uma pesquisa documental sobre educação patrimonial’, sob a coordenação da professora Giovanna Barroca, e ‘Sustentabilidade e diversidade: pesquisa-ação na falésia do Cabo Branco’, a ser coordenado por Marcus Vinícius Santa Cruz Pereira.
Lembrando que a FCJA é uma instituição pública responsável pela preservação, organização e difusão da memória cultural, histórica, literária e política da Paraíba, desempenhando papel estratégico na consolidação de identidades coletivas e na formação cidadã por meio de ações educativas e culturais, a professora Lúcia Guerra ressalta sobre o projeto de educação patrimonial: “Estamos implantando um grupo de pesquisa institucional, de caráter multidisciplinar, com o propósito de aprofundar o estudo teórico-conceitual da educação patrimonial e fortalecer o papel pedagógico da Fundação”.
Ela explica que a iniciativa visa suprir lacunas identificadas na existência de materiais sistematizados e instrumentos conceituais que auxiliem práticas educativas, ações mediadoras e programas formativos destinados a diferentes públicos, em especial estudantes da rede pública, professores e visitantes.
Já em relação à pesquisa sobre a Falésia do Cabo Branco, Lúcia Guerra ressalta que o cuidado com o meio ambiente integra a sensibilidade do escritor e político José Américo de Almeida e os valores da FCJA. A sustentabilidade e diversidade vão integrar as linhas dessa pesquisa e fortalecerá o papel da Fundação como instituição conectada com as temáticas contemporâneas, que visam a melhoria da qualidade de vida da população.
A professora enfatiza que o acervo do ambientalista paraibano Lauro Pires Xavier, que integra o patrimônio da FCJA, e a proximidade da sua sede com a Área de Preservação Permanente (APP) da Falésia de Cabo Branco impulsionarão os estudos, pesquisas e ações que contribuirão para o fortalecimento de iniciativas educacionais e culturais que contemplem a melhoria da relação com o meio ambiente e o cuidado com as gerações futuras.
“A Fundação chega aos 45 anos consolidada no seu papel essencial, que é de conservar, manter, expandir, partilhar a cultura, a memória e o pensamento literário, político, filosófico de José Américo de Almeida”, avalia o presidente da FCJA, Fernando Moura. “Aos 45 anos, ela já passou por várias etapas, sempre alcançando um degrau a mais no processo de estabilização e excelência, na guarda e difusão de anos de pesquisas. Por mais conservado que esteja esse material, se a gente não dá vazão, fica apenas o material guardado. E ele tem que ter utilidade, tem que ter aplicação, e a aplicação é voltada exatamente para a sociedade”.
Sobre os dois novos projetos que passam a ser desenvolvidos pela FCJA, Fernando Moura destaca: “Dois temas que são essenciais para o presente, mas principalmente para o futuro, já que a ideia deixa o trabalho científico consolidado, que é na educação patrimonial e na educação da preservação ambiental”. Ele afirma: “Da conservação, do entendimento, do respeito, do comprometimento com o patrimônio imaterial e material existente na Paraíba, no Nordeste, no Brasil e no mundo tal, é um tema que não tem fronteira. E educação ambiental também, considerando que João Pessoa é uma cidade que necessita de um olhar crítico com relação à sua área vegetal”.
As outras nove linhas de pesquisas em andamento e renovadas do ‘Projeto preservação da memória e difusão educativa, cultural e científica do acervo da Fundação Casa de José Américo” são ‘Manuscritos de José Américo de Almeida: identificação e descrição de documentos’ (coordenação de Danielle Alves); ‘De A Paraíba e seus problemas à A Bagaceira: itinerários literários de José Américo de Almeida’ (coordenação de Luiz Mário Burity); ‘1930, a caminho do centenário: convergências bibliográficas e fontes digitais (BR 1930)’, sob a coordenação de Jivago Barbosa; ‘Acervo audiovisual da FCJA: imagem e memória (coordenação de João de Lima).
E mais: ‘Imprensa e cultura na Paraíba: os circuitos de comunicação das revistas Ilustração e Manaíra (1930-1940)’, com Alômia Abrantes na coordenação; ‘Modernização digital do acervo da Fundação Casa de José Américo: estruturando a preservação e o acesso’ (coordenação de Josemar Melo); ‘Por uma cartografia dos lugares de consciência na Paraíba: trajetos do patrimônio cultural por meio da memória das violações de direitos humanos e da resistência’ (coordenação de Fernanda Rocha)’; ‘Patrimônio Arqueológico da Paraíba’ (coordenação de Adriana Machado); e ‘Repositório Arquivístico Digital Confiável da produção do Projeto Preservação e Difusão do Acervo da FCJA’ (coordenação de Lúcia Guerra).
A Fundação Casa de José Américo foi criada pela Lei Estadual 4.195, de 10 de dezembro de 1980, sendo inaugurada em janeiro de 1982, para preservar a memória do escritor e político José Américo de Almeida. A instituição funciona como um centro cultural e museu na antiga residência de José Américo, na Praia do Cabo Branco, na orla da capital paraibana, com acervos, biblioteca e ações culturais.
Secom-PB



