A Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) abre, neste sábado (11), a partir das 15h, no Hotel Globo, a exposição ‘Elos Brincantes’, do artista visual Sandoval Fagundes. A mostra tem curadoria de Vitória Formighieri, e estará aberta à visitação diariamente até o domingo (2), das 8h às 17h.



“É sempre uma alegria renovada abrir uma exposição no Hotel Globo. Desta vez, a partir da obra abstrata de Sandoval Fagundes que, na verdade, deixa um campo aberto para o processo de interação entre o público e a sua arte. É uma característica da arte abstrata que o público passe a ser também um sujeito daquele momento de fruição da obra de arte. Do Sandoval, isso aparece dessa forma, de sugerir liberdade, movimento, brincadeira, sinceridade, que são gestos típicos do mundo infantil. Isso mostra que existe ainda, dentro do universo das pessoas adultas, um espaço para uma interação saudável e uma afirmação da bondade e da vontade humanas”, declara o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.
Apesar do título sugestivo, o artista Sandoval Fagundes explica que a exposição ‘Elos Brincantes’ não é correlacionada ao Dia das Crianças. “Não há uma linguagem infantil na construção da pintura. A pintura é densa, orgânica, movimentada em ritmos fluidos, tem muito da criança do artista nos momentos do processo criativo, mas nem por isso é infantil”, observa.
O que pode ser ‘brincante’, segundo ele, é a coragem de propor a espontaneidade e liberdade de movimentos na invenção de um universo desconhecido a partir da observação e da curiosidade filosófica.
“Sou uma criança madura quando, na véspera dos 70 anos, penso e faço a brincadeira da seriedade, de dizer a verdade no mundo de hoje onde a mentira é valorizada e tida como opção suficiente. É brincando que se diz a verdade e a verdade, na minha pintura, é que a criança interior está protegida e preservada. As construções abstratas são relatos de um universo interno que não é só meu. As pessoas que observam essas imagens são parceiras e cúmplices no sentimento de que o limite é uma ilusão impermanente enquanto temos alma”, comenta Sandoval Fagundes.
Ele ressalta que, na comunicação, a mensagem é a ligação entre o emissor – que seria o artista – e o receptor – o público. Nesse pensamento, a pintura seria um meio de interação sobre alguma verdade a ser dita. “Poderia ser assim, mas eu entendo que essa pintura, abstrata que seja, contém algumas semelhanças sentimentais com seus observadores que dispensam a ideia de comunicação. A pintura e quem a observa podem ser do mesmo lugar. Resumindo: a mensagem possível seria de que nessa obra existe um sentido de intimidade entre a pintura e seus observadores, e esse fato atravessa a linha das bordas como fazem as brincadeiras”, acrescenta.
Exposição – A exposição apresenta uma primeira parte com 16 telas em acrílico sobre tela com inserções de canetas acrílicas, e uma segunda parte com 27 múltiplos criados a partir das 16 telas como jogos de espelhamento e duplicidade, todos impressos e apresentados em impressões sobre tela com diferentes formatos.
Secom-JP