Os venezuelanos relataram pagar mais de US$ 2  (cerca de R$ 11,20) por litro de gasolina na semana passada em meio a escassez de combustível, uma das taxas mais altas do mundo e uma reversão dramática para um país da Opep que se vangloriava de ter o combustível mais barato do mundo.

Graças aos subsídios do ex-presidente socialista Hugo Chávez e seu sucessor e protegido, Nicolás Maduro, a gasolina vendida pela petrolífera estatal PDVSA – que detém o monopólio legal da venda de combustíveis – é basicamente gratuita na Venezuela.

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Os motoristas oferecem aos trabalhadores dos postos de gasolina lanches ou algumas centenas de bolívares – menos de US$ 0,10 centavos – em vez de pagamento.

Mas a rede de refino de 1,3 milhão de barris por dia do país quase entrou em colapso, e as sanções dos Estados Unidos destinadas a derrubar Maduro complicaram as importações de combustíveis, levando os venezuelanos a esperar horas nos postos de gasolina ou a recorrer ao caro mercado negro.

Octavio Salom, de 53 anos, disse que ele e outros pacientes renais na cidade de Puerto Ordaz, no leste do país, compraram 20 litros de gasolina a US$ 2 o litro para os enfermeiros que fazem o tratamento de diálise pegarem um táxi até a clínica.

“Eles nos disseram que se não pudéssemos garantir o transporte, eles não poderiam fazer diálise”, disse Salom.

Na cidade de Maracaibo, os negociantes do mercado negro estão oferecendo 20 litros de gasolina por US$ 50, de acordo com uma testemunha da Reuters. Em algumas áreas, os venezuelanos relataram pagar até US$ 4 por litro.

Isso está acima dos preços das bombas em Hong Kong, que segundo pesquisas tem a gasolina mais cara do mundo. A gasolina nos postos Royal Dutch Shell na cidade era vendida por US$ 2,15 por litro na quinta-feira, mostrou site da empresa.

O aumento na Venezuela ocorre no momento em que os preços nas bombas estão caindo devido à queda da demanda em meio ao surto de coronavírus. Nos Estados Unidos, os preços médios eram de US$ 0,48 por litro (US$ 1,81 dólar) na semana encerrada em 20 de abril, de acordo com a Energy Information Administration.

A PDVSA não respondeu a uma solicitação de comentário.

O governo da Venezuela está tentando reparar refinarias e nesta semana recebeu material de refino do Irã.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional

Foto: REUTERS/Marco Bello

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