Levantamento divulgado ontem (0), pelo Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, aponta que o número de internações de motociclistas lesionados em acidentes de trânsito no Brasil registrou um aumento significativo de 55% ao longo de uma década. Segundo os dados mais recentes, a Paraíba está muito acima da média nacional.

O levantamento revela que, em 2011, foram hospitalizadas 70,5 mil pessoas, o equivalente a 3,9 internações a cada 10 mil habitantes. Já em 2021, o número elevou-se para 115,7 mil, resultando em uma taxa de 6,1 internações por 10 mil habitantes. Essas informações foram publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo.

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No ranking de ocorrências de internação de motociclistas por estado, a Paraíba ocupa a quinta posição, com uma taxa de 10,5 hospitalizações a cada 10 mil habitantes. O Piauí lidera o ranking, com 17,4 internações, seguido por Tocantins com 13,6, Mato Grosso do Sul com 12,3 e Rondônia com 11,4. Os dados analisados incluem casos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e unidades conveniadas.

Apenas no Hospital de Emergência e trauma de João Pessoa, o total de acidentes de trânsito de janeiro a dezembro de 2022 foi de 10.508, sendo que 76% foram somente de motos, um total de 8.032.

O relatório do MS também revela que o número de óbitos apresentou pouca variação, com 11.485 mortes registradas em 2011 (5,8 a cada 100 mil habitantes) e 11.115 em 2021 (5,7 a cada 100 mil habitantes). No entanto, o percentual de mortes em relação ao total de óbitos no trânsito aumentou de 26,6% em 2011 para 35,3% em 2021.

A proporção de internados também apresentou um aumento, passando de 50,6% para 61% ao longo do período analisado. Somente em 2021, as hospitalizações de motociclistas acarretaram um custo de R$ 167 milhões ao Estado.

O cirurgião-geral Milton Steinman, do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca que pacientes lesionados em acidentes de motocicleta podem sofrer sequelas que prejudicam sua capacidade de trabalho, levando a gastos adicionais com a previdência devido à aposentadoria precoce. Essas adversidades representam não apenas um problema de saúde pública, mas também uma questão relacionada a acidentes de trabalho, especialmente para os jovens economicamente ativos, já que a maioria dos motociclistas acidentados está em idade produtiva.

Outro dado alarmante é o local onde ocorrem as mortes, com quase metade delas (49,5%) acontecendo em vias públicas. Steinman ressalta que as mortes no local do acidente ocorrem geralmente por dois motivos: gravidade do acidente ou falha no atendimento de socorro. Considerando que nem todos os acidentes são graves, ele destaca que é necessário corrigir as falhas no atendimento de emergência para reduzir o número de óbitos.

Fonte: Pbagora

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