Os mergulhadores que procuram os seis desaparecidos do naufrágio do veleiro na Sicília, entre eles o presidente do banco Morgan Stanley International, Jonathan Bloomer e o magnata britânico Mike Lynch, enfrentam grandes dificuldades, semelhantes aos vividos no navio de cruzeiro Concordia, que afundou parcialmente em 2012.
Os mergulhadores têm de descer a cerca de 50 metros de profundidade no trecho de mar em frente a Porticello onde o Bayesian, veleiro de luxo de 56 metros, naufragou nesta segunda-feira (19) devido a um forte tornado.
– As fases de busca envolvem dois mergulhadores por vez, que só podem permanecer submersos naquela profundidade por uma dezena de minutos, incluindo dois minutos para chegar à área e ressurgir. Então, na realidade, eles têm dez minutos por imersão para agir – explicou Luca Cari, chefe de comunicações de emergência do comando geral dos bombeiros.
Cari destaca que se trata de um cenário que recorda “um pequeno Concórdia”, onde 34 corpos tiveram que ser resgatados, porque “é difícil avançar devido aos obstáculos e aos espaços muito pequenos”.
Neste momento – explicam – conseguiram entrar na ponte de comando “que está cheia de cabos elétricos”, e o objetivo agora é retirar um vidro grosso para aceder a uma nova área de busca, enquanto ainda não foi possível inspecionar ou olhar para o interior das cabanas onde se acredita que as pessoas desaparecidas tenham ficado presas.
Segundo confirmou o chefe regional da Proteção Civil, Salvo Cocina, os seis desaparecidos no naufrágio são dois cidadãos americanos e quatro cidadãos ingleses.
Eles são o magnata britânico Mike Lynch, sua filha Hannah, de 18 anos, o presidente do Morgan Stanley International com sua esposa, e o advogado de Lynch, Chris Morvillo, com sua esposa Nada.
Os turistas dormiam em suas cabines quando a tromba d’água atingiu o iate e o mastro do veleiro de 75 metros de altura quebrou, para completar, fortes rajadas de vento fizeram o veleiro inclinar-se para um lado e acabar afundando.
A Guarda Costeira interveio após o naufrágio do veleiro que tinha a bordo 22 pessoas, dez tripulantes e 12 passageiros, e conseguiu resgatar 15 deles, que conseguiram subir ao convés e pular na água.
Entretanto, mergulhadores recuperaram o corpo de um tripulante, o cozinheiro Ricardo Tomas, de nacionalidade francesa.
As pessoas resgatadas foram atendidas e depois acomodadas em um hotel em Santa Flávia, onde também chegarão em breve Sophie, a menina de 1 ano, e sua mãe Charlotte Golunski, de 35, que devem receber alta em breve, enquanto o marido segue hospitalizado.