O presidente do Sindicato dos Bancários, Lindonjhonson Almeida, informou, nesta quinta-feira, (15), que a categoria pode entrar em greve, caso não seja apresentada uma proposta salarial digna por parte dos banqueiros. Durante entrevista ao Programa Arapuan Verdade do Sistema Arapuan de Comunicação, ele disse que nesta quinta-feira, (15), os bancário estão realizando um Dia Nacional de Luta.
“Nós estamos retardando [o horário] todas as agências do Centro e algumas da Caixa porque os bancos estão intransigentes. Fizemos negociação, eles não colocaram nenhuma proposta de avanço, de índice da cláusula econômica e nós estamos paralisando as agências”, explicou.
Ainda segundo Lindonjhonson Almeida, “caso não venha proposta de cláusulas econômicas, os bancos fecharão por um dia, por mais de um dia, podendo até entrar em greve. ” Esperamos que os bancos venham colocar uma proposta decente para os bancários porque nós estamos aqui atendendo, sendo pressionados, há adoecimento por causa das metas, mas nós não vamos aceitar o que os bancos estão fazendo.”
Reivindicações
O Comando Nacional dos Bancários entregou a minuta de reivindicações, para a renovação da CCT, no dia 18 de junho. O documento foi elaborado com base na Consulta Nacional dos Bancários, realizada com quase 47 mil trabalhadores. A minuta também foi submetida à aprovação pela 26ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e em assembleias realizadas em todo o país, com adesão de mais de 95% dos votantes.
Após a entrega da minuta, foram realizados uma série de encontros entre os representantes dos trabalhadores e dos bancos. “Em cada rodada, defendemos, ponto a ponto, as reivindicações da minuta, com base em dados sobre a realidade do mercado e a capacidade dos bancos. Dos 8.809 setores no país que fizeram negociações salariais, neste ano, 86% tiveram aumento real. Vários deles convivem com concorrência e tem lucros e rentabilidade muito inferiores aos dos bancos, a exemplo de comércio, agropecuária, serviços médicos hospitalares e energia elétrica”, reforçou Juvandia Moreira.
Reivindicações da categoria por tema
Cláusulas econômicas
– Aumento salarial acima da inflação (reposição da inflação, pelo INPC acumulado entre setembro de 2023 e agosto de 2024, acrescido do aumento real de 5%).
– Melhorias na Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Dieese alerta que os percentuais de distribuição da PLR dos bancos caíram ao longo dos últimos anos, mesmo após reajustes, introdução da parcela adicional e mudanças de parâmetros dos cálculos de distribuição. Além disso, a distribuição da participação nos lucros não vem acompanhando o crescimento dos lucros no setor, ficando, na maioria dos bancos, abaixo do teto de 15% previsto na CCT.
– Aumento nas demais verbas, incluindo VA/VR, auxílio babá e auxílio creche.
Cláusulas sociais
– Igualdade de oportunidades e igualdade salarial, entre gênero e raça.
– Mais mulheres no setor de Tecnologia da Informação (TI) dos bancos.
– Olhar especial para bancárias e bancários transexuais, dada a vulnerabilidade social desse grupo com menor expectativa de vida no país, por conta da violência e preconceito que também dificultam o acesso e permanência no mercado de trabalho.
– Combate ao assédio moral e sexual.
Saúde
– Direito às pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes, para que tenham garantia de ambiente de trabalho adaptado e condições de ascensão profissional.
– Direito à desconexão.
– Combate à gestão por metas abusivas e que impacta na saúde e nas condições de trabalho.
E ainda
– Garantia de emprego e dos direitos conquistados.
– Fim das terceirizações.
– Retorno da homologação nos sindicatos, para que as entidades possam acompanhar de perto todo o processo, e garantir direitos dos desligados.
– Qualificação e requalificação profissional, sobretudo diante da revolução tecnológica.
– Indenização adicional em caso de demissão.
– Garantias para mães e pais de PCDs, quando necessitarem acompanhar filhos nos atendimentos médicos e educacionais.
– Segurança nos ambientes físicos e digitais do sistema financeiro.
Portal Paraíba