A Paraíba é o estado brasileiro com o maior número de Centros de Atenção Psicossocial (Caps), por 100 mil habitantes.  São 123 no total. Nesta segunda-feira (9) pela manhã, representantes destes serviços e da Rede de Atenção Psicossocial estiveram reunidos para tratar do tema ”Saúde mental da população indígena e políticas publicas antirracistas”. O evento, realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Gerência Operacional de Atenção Psicossocial, marcou a abertura da campanha Setembro Amarelo de combate e prevenção ao suicídio, no auditório da Escola de Saúde Pública (ESP-PB), na capital.

A gerente operacional de Atenção Psicossocial da SES, Iaciara Mendes, destaca que o sofrimento mental é causado muito por questões sociais, como o racismo, discriminação, fome, desemprego e a desesperança. “Neste encontro queremos criar junto com os municípios estratégias de cuidado nos territórios, valorizando a cultura local e suas diversas formas de cuidado em saúde mental”, disse.

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Uma das palestrantes foi a chefe do Núcleo de Promoção e Educação em Saúde da SES, Adélia Gomes, que também é especialista em Saúde da Família; educadora popular e terapeuta corporal afrorreferenciada e gestora do afroafeto – Projeto de autocuidado.  “O racismo interfere na posição e na situação de vida das pessoas e impacta, de forma muito negativa em todas as áreas. Na educação, por exemplo, imagine um jovem que não consegue concluir os estudos por conta de vulnerabilidade social que foi originada pelo racismo? Todas essas questões interferem na saúde mental, principalmente”, declarou.

A segunda palestra foi proferida pela psicóloga, especialista em urgência e emergência e saúde mental que, atualmente, atua no Distrito Sanitário Especial Indígena Potiguara, Larissa Rodrigues. Ela falou da “Saúde mental da população indígena”. “Hoje o índice de suicídio entre indígenas é três vezes maior do que na população em geral. Isso porque a população é menor e porque também passa por situações de invasão, principalmente, de cultura, que levam ao ato”. Larissa sugeriu algumas ações dos trabalhadores da saúde, no momento de atendimento aos indígenas. “Fazer elogios às crianças indígenas e os seus adereços, quando chegarem aos serviços, pode parecer algo simples, mas tem um poder enorme no fortalecimento da identidade indígena”, pontuou.

A programação segue durante todo o mês de setembro com ações de cuidados em saúde mental com os trabalhadores da SES; diálogo com a Atenção Básica, por meio da Rede de Apoio Institucional para Qualificação e Matriciamento Gerencial de Trabalhadores e Gestores do SUS com foco na Regionalização para Organização da Rede de Atenção à Saúde (Reap Quali-PB) – Saúde Mental na Atenção Básica e em todo o estado, os municípios realizam suas programações e atividades.

Os 123 Caps estão localizados em municípios das três macrorregiões de saúde da Paraíba. O Caps é o serviço especializado da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que atende pessoas com sofrimento mental grave e persistente e tem como objetivo ofertar o cuidado em saúde mental, fomento à autonomia, inclusão social e acesso a outros direitos sociais básicos. Atua de forma multiprofissional, na perspectiva interdisciplinar, junto às famílias e outras políticas públicas.

Secom-PB

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