Os pacientes do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira têm um novo espaço. O Centro de Convivência Nise da Silveira será inaugurado nesta sexta-feira (16), às 9h, com a presença da secretária de Estado da Saúde, Roberta Abath. Além da Praça Beija Flor, que já está sendo utilizada pelos pacientes, o local terá uma biblioteca, uma sala para oficina de artes plásticas e outra para práticas integrativas, a exemplo da biodança, meditação, entre outras.

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O objetivo do espaço é tirar o paciente de dentro da estrutura de concreto para ficar em companhia da natureza e ter a oportunidade de participar de diversas atividades, que terão como consequência a humanização, harmonização e a diminuição do tempo de internamento, uma das metas da reforma psiquiátrica e da luta antimanicomial.

“Já liberamos a praça para que pacientes, familiares e profissionais possam desfrutar do ambiente que auxilia o usuário a se sentir melhor e com mais cuidado, o que ajuda na recuperação. O Centro proporcionará maior humanização no cuidado com o outro”, disse o diretor geral do Juliano Moreira, Walter Freire.

A praça está instalada numa área de 800 m², localizada no quintal do Complexo, sob a sombra de mangueiras, oliveiras, cajueiros e outras árvores. O local foi todo decorado com pneus pintados com cores vivas e alegres, que funcionam como vasos para plantas ornamentais.

A organização da praça contou com a ajuda dos próprios pacientes, que continuam cuidando do local. Josicleide Rufino, de 25 anos, que está há sete anos no Juliano, é uma espécie de cuidadora da praça. “Quando uma plantinha está morrendo ou quando percebem que algo precisa melhorar, por exemplo, os pacientes vêm me avisar pra gente dar um jeito de manter a praça sempre linda e agradável”, disse, orgulhosa, fazendo questão de falar nas mudanças que o lugar vem proporcionando na vida dela. “Depois desta praça, estou bem mais tranquila. Aqui a gente se encontra, cuida, conversa e se diverte”, declarou.

O paciente W.L. de 25 anos, que está no Complexo há um mês, por sofrimento mental devido ao uso de drogas, também falou de como se sente na praça. “É importante pra confraternizar, esclarecer as ideias, ficar mais calmo e ter contato dom a natureza”, falou.

Gimenez Vespertino, de 46 anos, há cinco anos no Juliano Moreira e em processo de desinstitucionalização (retorno para a sociedade), enfatizou a presença da música no ambiente. Na praça foram instaladas caixas de som com músicas instrumentais e todas as sextas-feiras, à tarde, acontece o projeto Arte na Praça, com várias atividades físicas e culturais. “É muito legal ficar nessa praça. É um lugar com ar puro, onde a gente conversa com os colegas e escuta música que acalma”, frisou.

Os profissionais também aplaudem a ideia. Para a assistente social Rosemery Alves, o local proporciona socialização. “Aqui me sinto uma profissional realizada porque estou fazendo o que mais gosto que é integrar os pacientes com suas famílias, de uma forma mais saudável, mais leve, o que melhora também a relação do profissional com o usuário e isso tudo contribui para a recuperação”, declarou.

O psicólogo Aureliano Lima disse que esse tipo de ação é o mais indicado para a recuperação de pacientes com sofrimentos mentais. “Quando estou aqui na praça fico observando os comportamentos dos pacientes e percebo que ficam mais à vontade, livres e felizes”.

Para a diretora administrativa do Complexo, a psicóloga Marilurdes Domingues, o Centro de Convivência é o espaço perfeito para vivenciar a liberdade. “Quando nos deparamos com este ambiente no quintal, cheio de árvores, imediatamente visualizamos um espaço para uma convivência mais próxima, proporcionando mais liberdade e é o que vem ocorrendo com a praça”, ressaltou.

Secom-PB

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