O vereador Raoni Mendes (PDT) denunciou problemas na Saúde da Capital. Ele citou, na sessão ordinária desta quarta-feira (19), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), que no Hospital Ototrauma de Mangabeira (Trauminha) faltariam medicamentos, macas, roupas de cama, materiais cirúrgicos e o conserto de um equipamento de raio X.

Na oportunidade, o parlamentar ainda fez uma cobrança à Mesa Diretora da CMJP: que divulgue um calendário estipulando as datas referentes ao comparecimento da gestora da Saúde Municipal, Mônica Rocha, à Casa. Isso se dá em cumprimento à Lei que estabelece a obrigatoriedade de apresentação no Legislativo dos relatórios quadrimestrais da pasta.

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Raoni julgou a situação como caótica e citou o relato de um perfil público nas redes sociais da internet no qual havia críticas ao Trauminha: “Minha mãe é usuária do SUS e há dois anos sofreu uma queda numa calçada esburacada, quebrando a perna em três partes. A primeira dificuldade foi o raio X quebrado no Ortotrauma, além de aparadores sanitários compartilhados, pacientes trazendo roupas de cama de casa ou em macas nos corredores e a falta de remédios injetáveis”, leu Raoni.

O vereador explicou que isso aconteceu há dois anos e que hoje a situação se repete. “Hoje a mãe dela sofreu um acidente e precisa de uma cirurgia. Deveria estar no Ortotrauma, mas a orientação é que espere em casa, pois não há nem macas na unidade. Impressiona que virão as mesmas justificativas de sempre. A Saúde em João Pessoa é uma chaga social apesar de deter o orçamento de Campina Grande toda, o equivalente a R$ 600 milhões”, alertou.

Renovação de contrato negada

Raoni ainda alegou que, a respeito da renovação do contrato do Trauminha com o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), um funcionário público teria dito que ano que vem é período de campanha eleitoral e que a prioridade seria fechar contratos com os hospitais particulares.

“A Controladoria-Geral da União (CGU) já pediu auditoria, e considerando que boa parte dos recursos é do Governo Federal, este poderia solicitar intervenção na Saúde de João Pessoa”, sugeriu.

O vereador questionou a veracidade das propagandas institucionais do Município e afirmou que vai levar à CMJP os pacientes que reclamam de irregularidades nas unidades de Saúde da Capital.

“Quando visitamos o Trauminha, o tomógrafo se encontra quebrado desde o final do ano passado e nenhuma providência foi tomada. A secretária de Saúde negou isso da última vez que esteve na CMJP e estou ansioso para perguntar sobre isso pra ela. Os aparadores eram copos formados de embalagem de soro. Havia paciente de 80 anos aguardando cirurgia, além de um esgoto jorrando na sala de cirurgia”, elencou o parlamentar.

Apartes

O vereador Bira (PT) afirmou que não se pode tratar a cidade como uma ilha e que criticam-se as unidades de saúde do Município, mas não são citadas as do Estado que estão na Capital. “Temos gargalos sim e o prefeito Luciano Cartaxo (PT) investe acima do percentual estabelecido para a Saúde”, justificou.

O parlamentar Lucas de Brito (DEM) discordou de Bira. “A Paraíba tem a Assembleia para tratar dos assuntos do Estado. Caso a CMJP trate disso, vai deixar de abordar o que deve: os problemas do Município. Parece-me que há uma má gestão dos recursos da Saúde. Não enxergamos efetivamente a transformação desses recursos em melhorias na prestação do serviço de Saúde à população”, opinou.

Por sua vez, Sérgio da SAC comentou que as críticas de Raoni estavam fundamentadas em notícias requentadas. Já Felipe Leitão (SD) alegou que o Trauminha é superlotado porque recebe demandas advindas do Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena e de várias cidades da Paraíba.

Renato Martins (PSB) falou da importância da participação coletiva nas redes sociais da internet. “As pessoas estão pedindo ajuda aos prefeitos, secretarias e aos vereadores ao exporem isso nas redes sociais. Há testemunhos que dão conta da precarização da Saúde Municipal. Tenho vídeo falando que há alimentação com barata. Tenho um amigo internado há dois meses no Trauminha com o punho quebrado e não há previsão de quando ele sai de la. Fizeram cinco furos num paciente e depois disso, descobriram que no hospital não havia placa para inserir no paciente. Vejo a falência da saúde pública de João Pessoa”, comentou.

Secom-CMJP

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