Diante da necessidade de maior comunicação da magistratura com a sociedade, por meio da imprensa, bem como para capacitar os juízes a lidarem com os contextos midiáticos, preparando-os para o enfrentamento de apresentações em público, inclusive perante jornalistas e influenciadores das redes sociais, a Escola Superior da Magistratura (Esma) está promovendo Curso de Media Training, com o tema ‘O juiz no contexto midiático’. A formação ocorre nesta quinta (15) e sexta-feira (16), na sede da instituição de ensino, em João Pessoa.

O curso foi aberto pelo diretor da Esma, desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque. Ele ressaltou que essa é a segunda capacitação promovida pela Esma sobre a temática, que possibilita ao juiz o conhecimento técnico na área de comunicação, bem como serve para aperfeiçoar sua capacidade de se relacionar com jornalistas em entrevistas e eventos.

- Publicidade -

“Os dias atuais nos têm ensinado que devemos estar preparados para as armadilhas que os acontecimentos nos trazem, principalmente aos magistrados, muito assediados devido ao seu importante papel de distribuidor de justiça, cujas opiniões, ainda que extra-autos, constituem importante fator de tranquilidade social”, disse o desembargador Marcos Cavalcanti.

Para o juiz da 3ª Vara Mista de Bayeux, Euler Jansen, o contato com a imprensa aumentou muito e, hoje, o magistrado precisa estar preparado para uma melhor interação com os meios de comunicação, e, consequentemente, com a população, para que suas decisões tenham uma amplitude correta e sem interpretações turvadas pelo ‘juridiquês’.

“Nesses 20 anos de magistratura, uma das coisas que, sem dúvida, mudaram no Brasil foi a interação do Judiciário com a sociedade. Vivemos uma época em que o povo conhece pelo menos o nome de cinco ministros do Supremo Tribunal Federal, e o contato com a imprensa aumentou muito e se estreitou ao longo dos tempos, ou seja, o juiz precisa ter uma melhor interação com os meios de comunicação e o público”, disse o juiz Euler Jansen.

Também presente ao curso, o juiz auxiliar da Vice-presidência do Tribunal de Justiça da Paraíba, Herbert Lisboa, ressaltou que essa formação possibilita ao magistrado entender melhor a imprensa e, ao mesmo tempo, como ele deve se comportar perante a mídia, inclusive nas redes sociais, que necessitam de uma avaliação, pelo magistrado, com cautela, diante de todas as repercussões que possam surgir a partir de alguma manifestação ou pronunciamento.

“É preciso que o magistrado conheça mais profundamente essas ferramentas e que vejamos, também, pelo olhar do jornalista”, observou Herbert Lisboa.

De acordo com a professora e ministrante do curso, Michelle Raeder, o juiz precisa estar preparado para as situações em que se torna notícia. “Atualmente, qualquer pessoa com um celular na mão torna-se um produtor de conteúdo. Assim, precisamos preparar os juízes, que são pessoas públicas e lidam com o público o tempo todo, e orientá-los para saberem lidar com essas surpresas”, observou.

Michelle Raeder ressaltou que um dos pontos mais abordados no curso, pelos magistrados, é que, muitas vezes, são convidados para um determinado tema a ser debatido em entrevista, mas, na ocasião, o jornalista dá destaque a outras perguntas fora do contexto inicial.

O curso é credenciado pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), terá carga horária de 20 horas-aula, e os participantes devem cumprir a frequência mínima de 75%.

Dicom-TJPB

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui