O projeto da Agrovila Águas de Acauã foi apresentado, nessa quarta-feira (23), aos moradores da comunidade Costa, localizada no município de Natuba, durante reunião com representantes do Governo do Estado e do Ministério Público Federal (MPF). O governador João Azevêdo apresentou o projeto na segunda-feira (21) aos representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), em reunião na Granja Santana, e agora todos os moradores tiveram oportunidade de conhecê-lo, após as discussões para sua elaboração.

Orçado inicialmente em aproximadamente R$ 15 milhões, o projeto Agrovila Águas de Acauã prevê a construção de casas com dois quartos, escola com quatro salas de aula, galpão para usos diversos, campo de futebol, vias principais pavimentadas, sistema de eletrificação e iluminação, perfuração de 13 poços artesianos e sistema de abastecimento de água, numa área total de 328 hectares, localizada no município de Itatuba, onde cada família receberá um lote com 1,5 hectare de terra.

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Além da secretária de Estado do Desenvolvimento Humano (Sedh), Neide Nunes, representante do Governo do Estado, a reunião na comunidade Costa contou com a participação do procurador do Ministério Público Federal (MPF), José Godoy Bezerra de Souza, e de representantes da Companhia Estadual de Habitação Popular (Cehap) e da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido.

A secretária Neide Nunes informou que esta foi a primeira apresentação e discussão de um projeto que está em fase de elaboração, de acordo com as discussões ocorridas anteriormente com representantes do MAB. “Considero a reunião como positiva. Foi apresentado o que foi pensado. Sabemos das questões emocionais dos atingidos, de um sentimento de pertença e de identidade muito forte com o local. E é natural que alguns tenham ressentimentos, e que outros concordem”, observou, ao comentar sobre a necessidade de relocação das famílias.

O procurador da República, José Godoy, por sua vez, comentou que as famílias terão um tempo para refletir sobre o projeto para que possam tomar as decisões. “O Estado e Ministério Público Federal querem exatamente reverter um grande mal que foi feito, que foi a construção de barragem, sem levar em consideração o elemento humano, e nossa intenção é implementar um projeto que leve em consideração todas essas circunstâncias”, ressaltou.

Para ele, foi uma tarde produtiva, oportunidade em que se escutou as razões de cada um e de cada grupo. “O diálogo com a comunidade não terminou hoje. Algo tão relevante como mudar a localização onde as pessoas vivem não pode ser decidido em uma tarde. Uma parte da comunidade já acompanhava isso e já tinha tomado a decisão, outros grupos têm angústias, principalmente funcionários públicos, e temos que debater a situação de todas as pessoas. Um projeto como esse não pode deixar ninguém pra trás”, afirmou.

A agricultora Albertina Nobre da Silva (56), mãe de oito filhos, reside na comunidade do Costa há 17 anos. Sobrevive do que planta: milho, feijão, fava e jerimum. Participou atentamente da reunião e está decidida. “Se sair o que foi prometido, acho que será bem melhor. Aqui não tem terra pra trabalhar, lá o governador prometeu terra para morar e trabalhar. Acredito que será muito bom”, comemora esperançosa.

 

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