A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que a pandemia de Covid-19 deixará mais de 176 milhões de pessoas na pobreza, se considerados nesta faixa as que vivem com menos de US$ 3,2 (R$ 17) por dia. Nesta sexta-feira, 11, o relator da ONU, Olivier Schutter, ainda disse que as mais de 1.400 medidas de proteção social que governos do mundo todo adotaram para atenuar os impactos do coronavírus são insuficientes, classificando tais políticas como “cheias de buracos”. “Geralmente, estas medidas são de curto prazo, o financiamento é insuficiente e muitas pessoas foram inevitavelmente esquecidas”, disse o relator sobre a pobreza extrema e direitos humanos ao divulgar uma análise sobre essas políticas estatais.

Os governos orçamentaram um total de cerca de US$ 589 bilhões para a proteção social na atual crise, representando cerca de 0,4% do produto interno bruto (PIB) mundial, mas o relatório prevê que estas iniciativas não impedirão o aumento da pobreza. Schutter também indicou que muitas comunidades carentes podem ser excluídas dos esquemas de proteção devido a detalhes, como o fato de muitos programas exigirem que os beneficiários se registrem através da internet, à qual muitas famílias não têm acesso.

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Outros programas requerem “condições impossíveis” para pessoas em condições de trabalho precárias ou sem residência permanente, como muitos trabalhadores migrantes ou do setor informal (61% da mão de obra mundial), denunciou o relator belga. “As piores consequências da crise sobre a pobreza ainda vão chegar”, previu o relator da ONU, que também lamentou que muitos dos programas de proteção social já estejam sendo gradualmente eliminados ou possam não ser renovados se a linha dos governos mudar em futuras eleições. Às vésperas da Assembleia Geral das Nações Unidas, que reunirá vários líderes mundiais (desta vez virtualmente), o relator pediu para que sejam reforçados os planos de ajuda aos grupos mais vulneráveis, “guiados pelos princípios dos direitos humanos”.

Fonte: https://jovempan.com.br/noticias/mundo

Foto> EFE/ Juan Ignacio Roncoroni

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