O governo chinês divulgou dados que mostram uma grande queda nas vendas de smartphones no país no mês passado. O surto de coronavírus no país é apontado como a principal causa para a diminuição nas remessas de diversas fabricantes. A China impôs restrições às viagens e proibiu a reunião em locais públicos antes das festividades do Ano Novo Lunar; as proibições seguiram valendo durante o mês de fevereiro.
As marcas de celulares venderam apenas 6,34 milhões de aparelhos na China em fevereiro, uma queda de 54,7% em relação aos 14 milhões registrados no mesmo período do ano passado, de acordo com os dados apresentados pela Academia Chinesa de Tecnologia da Informação e Comunicação (CAICT). Esses números passaram a ser liberados pelo CAICT em 2012 e, desde então, nunca houve um registro tão baixo de vendas no setor ao longo de um mês.
Essa queda vertiginosa está de acordo com as projeções das empresas de pesquisa Canalys e IDC, que estimavam uma redução de cerca de 40% nas remessas totais enviadas no primeiro trimestre de 2020, devido ao surto do novo coronavírus, que causou uma interrupção nos canais de distribuição.
O medo da epidemia levou diversas empresas, incluindo a Apple, a fechar as portas de suas lojas e fábricas por mais de duas semanas em fevereiro. O CEO da empresa, Tim Cook, escreveu uma carta a investidores e especialistas financeiros no mês passado, alertando que não alcançaria as projeções feitas anteriormente para o trimestre. Analistas acreditam que essa diminuição na demanda é um evento de choque e não durará por muito tempo. No entanto, a escalada da epidemia e a recente queda no preço do petróleo podem reservar um futuro sombrio para o setor.