Vivemos um momento de uma avalanche de episódios de violência em nossas escolas. Essa onda de violência reflete-se em brigas generalizadas entre alunos, agressões de docentes e, pasmem, assassinatos coletivos. Crimes estes que lembram os casos famosos verificados nos Estados Unidos, que é o país campeão desse tipo de ocorrência.

Com o “tsunami” de violência no seio das nossas escolas, surgiram várias propostas de intervenções salvadoras: ronda escolar, polícia militar, guarda municipal, detectores de metais, sistemas de câmeras, reconhecedores faciais e botões de pânico. Em suma, soluções que tratam a violência na escola como um mero caso de polícia.

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O interessante é que dentre todas essas propostas listadas, nenhuma delas vai ao ponto central da questão: a qualidade sofrível e a impessoalidade das relações no ambiente escolar. Nossas escolas viraram um bando de gente sem identidade de grupo, sem maiores conexões e com relações extremamente pobres, que só se conhece por um número de matrícula ou coisa do tipo. Um verdadeiro culto à beligerância.

Salas superlotadas, docentes que correm de um lado para outro para ministrar aulas em várias escolas, famílias sem conexão com as escola e, em alguns casos, gestão escolar amadora. A sistematização desses problemas pode ser feita na lista a seguir, que explica essa precarização das relações interpessoais em nossas escolas:

  • aumento do número de alunos por sala;
  • professores que se dividem entre várias escolas;
  • aumento assustador dos problemas de saúde mental entre adolescentes;
  • pouca ou nenhuma interação com a comunidade na qual a escola está inserida;
  • baixa conexão entre alunos e docentes.

Precisamos urgentemente de uma intervenção no ambiente escolar que busque pacificar e humanizar as relações. Nesse sentido, são propostas a adoção uma série de medidas integradas para enfrentar o fenômeno da violência:

  1. introdução da psicologia positiva no ambiente escolar;
  2. estímulo para a construção de relações de qualidade;
  3. implantação de programas que tragam a família para dentro das escolas;
  4. adoção da cultura de paz;
  5. ênfase na atenção à saúde mental na escola;
  6. utilização de recursos tecnológicos que possibilitem o acompanhamento do sentimento individual e coletivo da comunidade acadêmica, proporcionando análise inteligente e eficiente, que permita respostas em tempo hábil a eventuais problemas detectados.

Em síntese, a solução está no investimento no ser humano e nas suas relações no ambiente escolar, buscando fazer prevalecer uma cultura de paz, bem-estar e cordialidade.

Professor Severino Paiva

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