A Secretaria de Meio Ambiente (Semam) da Prefeitura de João Pessoa apresentou no fim da tarde desta quarta-feira (17), em audiência pública no auditório do IFPB, bairro de Jaguaribe, os resultados da análise de riscos e vulnerabilidades que servirão de base para a elaboração do Plano de Ação Climática (PAC) do Município. É esse documento que vai nortear as ações e medidas a serem tomadas para neutralizar as emissões de gases de efeito estufa. O objetivo é também adaptar e planejar a cidade para o enfrentamento às alterações climáticas e seus efeitos.

Os estudos começaram em abril de 2021 e levaram em conta os riscos de inundações, deslizamentos, aumento do nível do mar, proliferação de vetores de arboviroses, secas e ondas de calor com projeções para 2030, 2050 e 2070. Toda a coleta de dados foi feita pelo Consórcio WayCarbon/Iclei em parceria com a Defesa Civil e mais sete secretarias. Áreas rurais e urbana foram mapeadas.

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Conforme o mapeamento, as áreas de maior densidade demográfica estão ao Norte da cidade, como os bairros do Grotão, São José, Varjão, Mandacaru e Padre Zé, e na região Central. As regiões menos densas apontadas na análise, com áreas verdes de preservação, estão no Distrito Industrial, UFPB e Centro Histórico. Com um detalhe: “o Centro tem um risco alto para ondas de calor porque a população está ali circulando”, frisou Rosângela Silva, uma das especialistas da WayCarbon.

No que diz respeito às vulnerabilidades, dois fatores foram analisados: sensibilidade e capacidade de adaptação, com foco no déficit habitacional, na área urbana, no acesso à água, a esgoto, à saúde e renda, por exemplo. Áreas mais críticas, conforme a análise, são Alto do Céu, Oitizeiro, Cruz das Armas, Cristo Redentor, Grotão João Paulo II, Gramame, Muçumagro, Torre, Castelo Branco, Miramar e São José.

“A intenção foi verificar onde, simultaneamente, a população é altamente sensível a uma ameaça e tem pouca capacidade para lidar com o problema. Com esse estudo, a gente consegue identificar a intensidade das mudanças climáticas no Município e agir antes dos problemas acontecerem”, destacou José Janduí Júnior, chefe da Divisão de Estudos Climáticos da Semam. Ele frisou ainda que poucas cidade no País possuem um Plano de Ação Climática. “Entre as capitais esse número é menor ainda, o que mostra a preocupação da gestão do prefeito Cícero Lucena com o meio ambiente, com a vida, a segurança e o bem-estar da população”.

Diagnóstico – A conclusão do estudo é de que a incidência de chuva deve diminuir na cidade até 2070, com aumento do risco de secas. Há uma tendência de aumento da temperatura média, que pode chegar a 1,1ºC, da elevação do nível do mar, e da proliferação de vetores de doenças.

“A gente termina o diagnóstico e a partir disso começa a construir o Plano. De agora para frente é muito importante o envolvimento de todas as secretarias da Prefeitura e da população porque o Plano é para a cidade, então precisa ser construído com a cidade”, pontuou Rosângela Silva.

Prazo – O Plano de Ação Climático foi contratado por meio do Programa João Pessoa Sustentável, que tem o objetivo de promover o desenvolvimento social, econômico e ambiental da cidade. O Consórcio tem 18 meses, contando a partir início dos estudos, para entregar o documento, o que está previsto para abril de 2023.

Consórcio – A WayCarbon é uma empresa de consultoria e desenvolvimento de soluções para a sustentabilidade, gestão de ativos ambientais e desenvolvimento de estratégias com o objetivo de uma maior ecoeficiência e economia de baixo carbono.

O Iclei – Governos Locais pela Sustentabilidade – é uma rede global com mais de 2.500 governos locais e regionais, comprometidos com o desenvolvimento urbano sustentável. Atua em mais de 125 países, contribuindo com as políticas de sustentabilidade, impulsionando ações para redução das emissões de carbono, sempre respeitando a natureza, de maneira equitativa, resiliente e circular.

Secom-JP

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