Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, a Polícia Federal (PF) cumpre mandados de buscas e apreensões, nesta quarta-feira (27/5), no âmbito do inquérito que apura fake news e ofensas contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Estão sendo cumpridas 29 ordens judiciais no Distrito Federal, no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Mato Grosso, no Paraná e em Santa Catarina. A corporação não passou mais detalhes da operação. Não há mandados de prisões.

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Mas o Correio apurou que entre os alvos das ações da Polícia Federal estão o blogueiro Allan dos Santos, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, os deputados estaduais Douglas Garcia (PSL/SP) e Gil Diniz (PSL/SP) e o empresário Luciano Hang. Todos são aliados do presidente Jair Bolsonaro.

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(foto: Ed Alves/CB/D.A Press )

Deputados federais do PSL, partido que o presidente foi eleito e deixou no ano passado, também são alvos da operação. Os parlamentares Carla Zambelli (SP), Bia Kicis (DF),  Junio Amaral (MG), Filipe Barros (PR) e Luiz Phillipe Orleans e Bragança (SP) e Daniel Silveira (RJ) devem prestar depoimento por determinação de Moraes.

 

Outros que serão ouvidos na investigação, como os deputados federais do PSL Bia Kicis (DF), Daniel Silveira (RJ) e Junio Amaral (MG), também afirmaram à reportagem não ter recebido qualquer comunicação do STF. Carla Zambelli (SP), Filipe Barros (PR) e Luiz Phillipe Orleans e Bragança (SP) não responderam.

 

A investigação busca identificar quem são os articuladores, financiadores e apoiadores do esquema montado para propagar ataques contra políticos e instituições. Moraes determinou que os parlamentares federais sejam ouvidos para esclarecer eventuais participações no caso.

 

Informações obtidas pelo Correio apontam que as investigações desta quarta-feira estão relacionadas com o inquérito que investiga manifestações antidemocráticas, que pediram intervenção militar nos últimos meses.

A operação também tem como um dos focos integrantes do grupo “300 do Brasil”, formado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Membros do grupo têm se notabilizado pelo comportamento radical de nas redes sociais e em manifestações na Esplanada dos Ministério, em Brasília.

Recentemente, os ativistas, liderados pela ex-militante feminista Sara Winter – alvo da operação – montaram um acampamento ao lado do STF, mas foram retirados do local pela polícia. Depois do episódio, passaram a ocupar uma chácara em Brasília.

O que dizem os alvos

Sem citar a operação, o empresário Luciano Hang publicou nas redes sociais um pedido para que “viva feliz e não veja notícias ruins”.

Já Carla Zambelli defendeu o impeachment de um ministro do STF, mas não citou nomes e alegou que vivemos em um “Estado de exceção”. A parlamentar também afirmou que não foi alvo de busca e apreensão.

O deputado estadual Gil Diniz (PSL-SP) e os deputados federais do PSL Bia Kicis (DF), Daniel Silveira (RJ) e Junio Amaral (MG) afirmaram não ter recebido qualquer comunicação do STF sobre depoimento. Carla Zambelli (SP), Filipe Barros (PR) e Luiz Phillipe Orleans e Bragança (SP) não responderam.
Nas redes sociais, Sara Winter se manifestou logo após a PF deixar a casa levando aparelhos eletrônicos. Ela chamou o ministro Alexandre de Moraes de “covarde” e disse que os agentes federais chegaram à sua residência às 6h.

 

A investigação 

O inquérito foi aberto em 14 de março do ano passado pelo presidente da Corte, Dias Toffoli. Na ocasião, o ministro não citou os nomes de investigados, decretou sigilo de Justiça no caso e disse que “seriam investigados ataques à Corte e aos seus integrantes”. A abertura de investigação gerou polêmica.

 

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que, recentemente, doze perfis com prática sistemática de ataques STF nas redes sociais já foram mapeados pelo inquérito. A investigação corre sob sigilo e deve ser concluída ainda neste semestre, quando seguirá para o Ministério Público.

 

No âmbito do inquérito, Alexandre de Moraes também cobrou, nessa terça-feira (27/5), explicações do ministro da Educação, Abraham Weintraub sobre a declaração feita na reunião de 22 de abril, quando Weintraub afirmou que, por ele, “botava esses vagabundos todos na cadeia”, “começando no STF”. O titular do Ministério da Educação terá agora cinco dias para prestar depoimento à Polícia Federal.

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