A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realiza um trabalho permanente de prevenção, controle e monitoramento de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti e outras pragas. Por meio da Vigilância em Saúde, são desenvolvidas ações diárias nos bairros da Capital, com o objetivo de combater doenças como dengue, zika vírus (relacionada a casos de bebês com microcefalia), chikungunya, entre outras.

O controle e monitoramento das doenças no município funcionam de forma integrada entre os setores da Vigilância em Saúde da SMS: Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental e Vigilância Sanitária.

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A Vigilância Ambiental tem uma linha direta com a população para comunicar os possíveis focos do mosquito Aedes aegypti ou sobre a ocorrência de doenças causadas por outras pragas. Os agentes de saúde ambiental fazem a visita técnica e, quando a informação procede, os técnicos da Vigilância Epidemiológica fazem a orientação da parte clínica para os moradores, informando, por exemplo, que serviços de saúde devem procurar.

“O fluxo contrário também acontece. Muitas vezes recebemos a informação dos serviços de saúde ou da Vigilância Sanitária sobre casos de determinadas doenças em algumas regiões, fazemos a investigação domiciliar e acionamos também a Vigilância Ambiental. Dessa forma, procuramos fazer o controle das doenças, evitando que tomem proporções maiores em determinadas áreas do município”, explicou Daniel Batista, gerente de Vigilância Epidemiológica.

Anualmente, os agentes de saúde ambiental realizam mais de 600 mil visitas a domicílios para identificar focos do Aedes aegypti e conscientizar a população sobre os cuidados a serem tomados para evitar as doenças causadas pelo mosquito. Só no ano passado foram realizadas mais de 30 mil visitas a terrenos baldios da Capital e foram recolhidos 115 mil pneus para evitar a proliferação do mosquito.

As ações de combate ao Aedes aegypti estão sendo realizadas de forma integrada também com outros órgãos, como a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), Defesa Civil do Município e Exército Brasileiro, vistoriando terrenos baldios e casas abandonadas. Além disso, os técnicos da Vigilância Ambiental ainda incluem na programação palestras em escolas, empresas e outros locais.

De acordo com o gerente de Vigilância Ambiental, Nilton Guedes, existe um calendário de rotina dos agentes de saúde ambiental durante todo o ano para que sejam executadas as ações educativas e resolutivas. “Também trabalhamos na identificação de locais com grande oferta de criadores, como borracharias e sucatas. Outra ação de rotina é a aplicação de inseticida com máquinas motorizadas ou manuais”, explicou o gerente.

Dengue – Segundo dados da Vigilância Epidemiológica da SMS, este ano foram notificados 143 casos de dengue em João Pessoa. Desses, apenas cinco foram confirmados até o momento sem nenhum óbito. No ano passado, foram 3.832 casos confirmados com dois óbitos; 1.819 casos em 2014, com três óbitos; 1.543 casos em 2013, com nove óbitos e 3.842 casos em 2012, com sete óbitos.

Daniel Batista explica que “é uma tendência que após um ano epidêmico, o ano seguinte não ser epidêmico, como vemos no quadro de 2012 até 2015, por fatores como clima, que pode favorecer a proliferação do mosquito”.

Zika – A Vigilância Epidemiológica realizou um levantamento de casos de pessoas com suspeita de infecção por zika vírus e que procuraram os serviços de saúde de João Pessoa no período de março a junho de 2015 e resultou em aproximadamente sete mil casos, que apresentaram sintomas semelhantes à doença. Com a estratégia de monitoramento, foi possível identificar 11 casos de zika e confirmar por laboratório.

“O levantamento foi realizado no período que compreende o maior volume de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti em nossa região. Até o momento, não é uma doença de notificação compulsória. Por isso não temos o número de casos suspeitos durante o ano”, afirmou o gerente da Vigilância Epidemiológica.

Chikungunya – Ainda de acordo com a Vigilância Epidemiológica, não há casos confirmados de chikungunya no município, mesmo tendo realizado o monitoramento de seis pessoas com suspeita da doença.

Leptospirose – A leptospirose é uma das doenças que está controlada pela Vigilância em Saúde. A cada ano, os números de casos notificados e confirmados da doença têm diminuído. Segundo dados da Vigilância Epidemiológica, foram 25 casos notificados e três confirmados no ano passado; 31 notificados e quatro cofirmados em 2014; e 41 notificados, sendo 14 confirmados em 2012.

Anualmente, os agentes de saúde ambiental visitam mais de 40 mil prédios e domicílios para a identificação de focos de roedores e fazer a desratização quando necessário.

Leishmaniose – Os casos de leishmaniose visceral, doença conhecida popularmente como calazar, também estão controlados. De acordo com a Vigilância Ambiental, no ano passado foram realizados 2,8 mil exames para a doença em animais. Porém, apenas dois casos foram confirmados, contra quatro do ano anterior.

Participação da população – O gerente de Vigilância Ambiental da SMS destaca que a participação da população é fundamental no combate ao mosquito Aedes aegypti e na prevenção das doenças. “Não se consegue fazer controle de doenças sem a colaboração da população. Para tanto, as pessoas podem ligar para o Cvaz, solicitando os serviços ou dando informações sobre localidades onde há incidência de mosquito ou qualquer animal que esteja trazendo desconforto ou risco à saúde dos usuários”, disse.

Para informações ou denúncias de possíveis focos do mosquito, a população pode entrar em contato com a Vigilância Ambiental da Prefeitura de João Pessoa. O telefone é o 3214-5718. Ou pode ligar ainda para a Ouvidoria da Saúde pelo número 160.

Como combater o mosquito – Eliminar os focos de água parada é a melhor forma de se combater o Aedes aegypti. É na água parada que o mosquito se reproduz, aumentando as chances de proliferação da dengue e da zika.  Alguns cuidados são muito importantes, a exemplo de manter bem tampado tonéis de água, manter caixa d’água sempre fechada com tampa adequada, entregar pneus velhos ao serviço de limpeza urbana e remover folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas.

Legislação – Já está em vigor a lei municipal de nº 13.173, que estabelece medidas de combate ao mosquito Aedes aegypti e de prevenção à microcefalia, além de multas para pessoas que contribuam de alguma forma para o surgimento de criadouros e proliferação do mosquito em João Pessoa. A multa é de aproximadamente R$ 600, dobrada em caso de reincidência.

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